sábado, 27 de junho de 2009

¡Porto Alegre EN LLAMAS!

Se tem uma coisa que mobiliza a Capital de todos os gaúchos, essa coisa é a rivalidade Gre-Nal. Sempre foi falado, aqui na Bovinolândia, de uma tal gangorra que havia entre os 2 Campeões do Mundo da cidade. Acho que em 2006, ou 2007, mencionaram o triste fato da quebra da gangorra... para CIMA. Com a volta épica do Grêmio à Série A, e seu posterior 3º lugar nesta competição, e o ano do Inter, com título da Libertadores e do Mundial, e a consequente boa fase de ambos, criou-se o mito da 'gangorra quebrada'. Em 2007, ambos na Libertadores, Grêmio vice-campeão, e, mesmo o Inter tendo sido eliminado na 1ª fase, o bom momento se manteve, com o título da Recopa Sul-Americana. No ano passado, o Grêmio vice-campeão brasileiro, e o Inter com mais um título inédito na sua história, a Copa Sul-Americana. Posso estar errando, mas este ano está sendo difícil para a dupla capitalina. Seria o momento de acordar do sonho que já dura 3 anos, mesmo sem títulos no Olímpico, ainda que com relativa estabilidade, e de empilhamento de taças no Beira-Rio? Nas últimas semanas, parece que o céu de brigadeiro se anuviou perigosamente. A dupla está conseguindo jogar na lata do lixo 3 títulos que pareciam ser os mais certos dos últimos tempos. Vamos a uma breve análise da dupla Gre-Nal:

GRÊMIO - Começou perliclitante o ano. Celso Roth jogou com o time reserva a maioria das partidas, a não ser bem no começo da temporada, e nos Gre-Nais. Perdeu 3, todos por 2-1, e garantiu uma invencibilidade vermelha no dérbi que já dura uns 2 anos. Perdeu o Gauchão, sendo duplamente eliminado pelo maior rival, sendo que, na última eliminação, Roth não resistiu e foi demitido. Na Libertadores, uma arrancada satisfatória, com jogos onde o Grêmio perdia gol incríveis, e invencibilidade mantida a longo prazo. Universidad do Chile, Boyacá Chicó, Aurora, Universidad San Martín e Caracas. Os 10 jogos que o Tricolor teve até as semi-finais, com 7 vitórias e 3 empates, foram de relativa facilidade, excetuando o jogo contra La 'U', no Chile, e os 2 contra o Caracas, principalmente o do Olímpico. A maioria destes 10 jogos, foram com o técnico interino Marcelo Rospide na casamata, enquanto o clube esperava por Paulo Autuori, que só treinou o time para valer, no 1º jogo contra o Caracas, na Venezuela. E a mudança tática que a torcida e imprensa cobravam, do 3-5-2 (adaptável para um esdrúxulo 3-6-1) para o 4-4-2 não acontecia. A modificação só seria concretizada contra o Fluminense, pelo Brasileirão, onde, aliás, o Grêmio anda mal das pernas, no meio da tabela. Pela Libertadores, o esquema só foi utilizado contra o Caracas. Nos dois jogos de 4-4-2, duplo 0-0. E a desandada final da maionese aconteceu quarta, no Mineirão, na ida das semi-finais da L.A., contra o Cruzeiro. Jogando um futebol até acessível, com chances de gols perdidas, o Grêmio estava sendo surrado até o final da partida, quando achou um golaço de falta, com Souza, e levou só 3-1 na cola. Merecia ter voltado de Minas com 5, pelo menos, só pela incompetência. Nota lamentável para a acusação de racismo feita por Elicarlos, do Cruzeiro, sobre Maxi López, alegando que o argentino teria o chamado de 'macaco', na cancha. Tudo bem, o que acontece na cancha, tem que ficar na cancha, mas racismo é inaceitável em qualquer esfera da sociedade, seja no dia-a-dia, seja em um jogo de futebol. Agora, com mais esta na paleta, o Grêmio precisará vencer o Cruzeiro por 2-0, ou 3 gols de diferença, no Monumental, na noite de quinta, para ir a finalíssima da Liber. É meio complicado crer que a façanha acontecerá, mas irei ao Olímpico ainda acreditando no milagre, e no Tri.

INTER - A temporada era promissora. E ainda é. O início foi fulminante, goleadas incríveis, avanços tranquilos na Copa do Brasil, Taison como artilheiro máximo do Brasil, 3 vitórias em 3 Gre-Nais disputados. Mas não foi bem assim, e falhas aconteciam no caminho, sem que ninguém percebesse. Falha 1, União Rondonópolis 1-0 Inter (Copa do Brasil, 1ª fase, ida): o time que tirou a invencibilidade vermelha na temporada do Centenário não podia ser mais folclórico. Contando com um presidente que é sócio do Inter, o time do União conseguiu machucar o coração do chefe, vencendo o Inter em um jogo onde os comandados de Tite não jogaram um ovo, principalmente D'Alessandro. Falha 2, Inter 2-0 União Rondonópolis (Copa do Brasil, 1ª fase, volta): ganharam de 2-0, fizeram o necessário, mas somente com gols feitos após passados 70% do jogo, e ambos os gols com ajuda inapelável do Deus Xiri-Páh. Sem contar que quase levaram um no finalzinho, que seria muita safadeza. Falha 3, Inter 2-1 Flamengo (Copa do Brasil, quartas-de-final, volta): jogo plenamente emocionante, com um gol de Andrezinho aos 44 do 2º tempo, cobrando falta, que salvou o Inter de um fiasco, em pleno Beira-Rio. Depois de sair na frente, com gol de Taison, o Inter se encolheu (especialidade do seu Pastor), sofreu o empate, dos pés de Émerson, o 'Milk' Sheik, e suou sangue atrás do 2º gol até o referido lance. Classificado, muito mais por azar do Flamengo, do que propriamente por sua competência. Falha 4, play-off contra o Coritiba (Copa do Brasil, semi-final): 3-1 Inter no Beira-Rio, e 1-0 Coxa no Couto Pereira. O Colorado tomou um cagaço histórico no 1º jogo, saindo perdendo por 0-1, e conseguindo virar, quase que com a dificuldade para parir uma bola de basquete. No Couto Pereira, só deu Coritiba, e a vitória por 1-0, gol de Ariel, foi enganosa, por todo. A média, e a mídia, diziam que se tinha um time que merecia a classificação no confronto dos Centenários, este era o Coritiba. Mas merecimento não ganha jogo, o Inter iria à final, e os secadores a Ushuaia. Não podemos considerar o jogo de ida da final da Copa do Brasil, o 2-0 Corinthians no Pacaembu, como falha, isto era previsível, visto a bolinha que o Inter vem jogando nos últimos tempos. Preocupante mesmo é perder a liderança do Brasileirão para o Atlético-MG (!), de Celso Roth (!!!!). Mas temos mais uma falha, e é a Falha 5, Inter 0-1 LDU (Recopa Sul-Americana, ida): pelo amor de Deus! Não lembrava de ter visto o Inter jogando mal assim desde o jogo contra o Rondonópolis! Sem vontade alguma, parecia que aquele jogo numa quinta à noite, gelada, gelada na Padre Cacique, não valia nada. Pois bem, não importa o valor da partida, e sim a atuação. Leandrão, Bolaños, MC Cordeiro, todos uma piada, tecnicamente. E com LARA fazendo a diferença para os equatorianos, só podia dar LDU mesmo, sem chance de erro. Bieler fez o gol da vitória, no 2º tempo, e acho que a Recopa foi para o ralo, digo, para o Casablanca. Somando tudo isto à necessidade do Inter fazer 3 gols de diferença no Corinthians, na quarta, seguirá o último trecho desta missa.

O FUTURO - A semana será para botar fogo no caldeirão. Final da Copa do Brasil, e semi-final decisiva da Liber, tudo em Porto Alegre. Aqui repito a frase do título deste post: nesta semana Porto Alegre estará EM CHAMAS! Quarta-feira, o Inter precisando tirar 3 gols de vantagem do Corinthians, para levar a Copa do Brasil, sendo que 2-0 leva para os pênaltis, e gol do Corinthians obriga o Inter a fazer 4, no mínimo. Quinta-feira, o Grêmio tem que vencer por 2-0, para ir a final da L.A., ou vencer por 3 gols de diferença, se tomar gol (3-1 Grêmio = pênaltis). Como ser racional que este blogueiro é, apostaria em manhãs de quinta e sexta tristes no Rio Grande do Sul. Mas como torço para um time que aposta numa tal Imortalidade, no poder da jaqueta, e na força do grito da torcida, acredito que a virada Tricolor acontecerá. Já no caso do Beira-Rio, como mal enxugador de gelo que sou, e medindo as capacidades de ambas as equipes, creio que o Inter possa fazer 2-0 e levar a decisão para a marca da cal, onde a Justiça Divina dará o título para uma das equipes (os colorados que lerem saberão do que estou dizendo). Mas o certo é que o concreto de ambas as arenas tremerão, 110 mil pessoas alojadas em 2 espetáculos incríveis de futebol que, se Xiri-Páh quiser, são épicos!

ALÉM DO FUTURO - Bom, há vida depois dos dias 1º e 2 de julho. Da parte Tricolor, uma vida difícil o espera, se houver insucesso contra o Cruzeiro. O Campeonato Brasileiro está pegando firme, e lá o time de Paulo Autuori não tem um futuro muito bacana, considerando o grupo de jogadores a disposição. Se der tudo certo, e o Grêmio fizer os 2-0 no Cruzeiro, a final será nas próximas 2 quartas, 8 e 15 de julho, contra Estudiantes/Nacional. Seja como for, e com quem for, a final da L.A. 09' será mais que histórica. Reunirá, no mínimo, 5 títulos da América, sendo que nesta semi-final temos 10! (2 cada de Grêmio e Cruzeiro, e 3 cada para Nacional e Estudiantes) Da parte Colorada, o Brasileirão está, de certa forma, tranquilo, o time está nas cabeças e tem time para ir longe, talvez chegando ao título. Ainda terá a Copa Sul-Americana, no 2º semestre, onde defenderá o título, e o jogo de volta da Recopa, decisão mais importante no imediatismo de uma eventual perda da Copa do Brasil. Caso perca as duas, Tite vai para a degola, e, provavelmente, para o Palmeiras (aposta deste blogueiro). Se vencer a Copa do Brasil, a Recopa volta a ter chances de vir para o Beira-Rio, e eu, de ganhar uma passagem só de ida a Ushuaia.

Enfim, este é o panorama. Grêmio e Inter são maiores que toda essa lenga-lenga, mas é esta mesma lenga-lenga que ajudará a escrever a história de ambos. Perdendo, só afetará o curto prazo dos azuis e dos vermelhos. Ganhando, mais uma página heroica na história será escrita. Mas não mexerá na grandeza histórica desses 2 gigantes de dividem a capital de todos os gaúchos, ou melhor, o estado de todos os gaúchos, e uma boa parte do país e do mundo, onde adeptos celestes e rubros se espalham, levando a emoção da rivalidade bovina por onde passam. Neste espírito (raro) de união, 'venceremos!'

Jhon Willian, o Imortal Tricolor, e renegando hipocrisias, o SECADOR DE GELO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário