terça-feira, 30 de junho de 2009

Libertadores da América, a 'Copa Sangrenta'

Não costumo utilizar textos de terceiros nos meus espaços em blogs, mas, caramba, navegando pela internet, achei esta matéria da revista Mundo Estranho, da Editora Abril, deve ser recente, desconheço este dado. Enfim, aí vai a matéria, entitulada 'Quais foram os duelos mais sangrentos da Libertadores?':


Em todo o mundo, nenhum outro campeonato tem tantas histórias de sangue, suor e lágrimas quanto a Libertadores. Para selecionar as grandes batalhas dos 45 anos do torneio, Mundo Estranho escalou seis jornalistas esportivos: Sérgio Xavier, Celso Unzelte e Rodolfo Rodrigues, todos da revista Placar; Juca Kfouri, comentarista da rádio CBN; Rodrigo Bueno, repórter da Folha de S. Paulo; e Elias Perugino, da revista argentina El Gráfico. O resultado foram sete confrontos onde a bola foi deixada de lado. A má reputação da Libertadores vem de cedo. Em 1966, quando o torneio completava apenas seu sexto aniversário, os times brasileiros recusaram-se a jogar. Alegavam que os vizinhos argentinos, uruguaios e paraguaios abusavam da violência. Mas os brasileiros não podem posar de mocinhos. Tanto que, numa das finais entre Santos e Peñarol, em 1962, a torcida alvinegra metralhou o time uruguaio com uma tempestade de garrafas. Mas isso é fichinha perto de outras partidas históricas, que tiveram 19 jogadores expulsos, invasão de gramado, briga campal... Tamanha ignorância ajudou a afugentar os times campeões da Europa, que a partir de 1981 preferiram que a final do Mundial Interclubes fosse disputada em campo neutro, no Japão - antes, a decisão era em duas ou três partidas, e a América do Sul sediava pelo menos um jogo. E por que os sul-americanos são tão estourados? "Arrisco dizer que tem a ver com o ‘sangue quente’ latino, é uma tradição cultural. Além disso, a falta de segurança, a má estrutura dos estádios e os gramados ruins contribuem para a pancadaria", afirma o jornalista Juca Kfouri. O torneio começou a ficar menos carniceiro com o exame antidoping e a transmissão dos principais jogos pela TV. "Hoje, os jogadores têm mais testemunhas para as barbaridades que cometem e estão sujeitos a punições mais severas", diz Juca.

Futeboxe
Torneio teve partida com 19 jogadores expulsos depois de uma briga


SANTOS (BRA) 2 X 3 PEÑAROL (URU)

LOCAL - Santos (Brasil)

ANO - 1962

O tempo fechou no começo do segundo tempo: depois de uma treta em campo, a torcida santista atacou o Peñarol com garrafadas - na foto, você vê um uruguaio carregando um casco de cerva. O juiz encerrou o jogo aos 6 minutos, mas, temendo um linchamento, fingiu continuar a partida. Pepe chegou a empatar para o Santos, mas a Confederação Sul-Americana de Futebol anulou o resto do segundo tempo e deu a vitória ao Peñarol.

BOCA JUNIORS (ARG) 2 X 2 SPORTING CRISTAL (PER)

LOCAL - Buenos Aires (Argentina)

ANO - 1971

Era para ser um jogo tranqüilo da primeira fase, mas virou um tremendo quebra-pau: a quatro minutos do fim, estourou uma confusão entre todos os jogadores, incluindo bancos de reservas, técnicos e massagistas. A polícia interveio e o juizão não alisou: mandou para o chuveiro nada menos que 19 jogadores - só sobraram Sánchez e Meléndez, do Boca, e Rubiños, do Cristal. O juiz encerrou a partida e os brigões passaram a noite na delegacia.

FLAMENGO (BRA) 2 X 0 COBRELOA (CHI)

LOCAL - Montevidéu (Uruguai)

ANO - 1981

Mengão e Cobreloa disputaram o título de 1981 em três partidas cruéis. Nas duas primeiras, o zagueiro Mario Soto, do time chileno, deu uma pedrada no meia Adílio e fez sangrar o ponta-esquerda Lico. No terceiro e decisivo jogo, a vingança: a quatro minutos do final, Carpegiani, o técnico rubro-negro, põe em campo o atacante Anselmo só para esmurrar Soto. Obediente, Anselmo soltou a mão - e foi expulso feliz da vida, comemorando a vitória.

GRÊMIO (BRA) 3 X 3 ESTUDIANTES (ARG)

LOCAL - La Plata (Argentina)

ANO - 1983

O tricolor gaúcho foi à Argentina sonhando em chegar à final. Nossos hermanos já estavam descendo a ripa desde o início, mas a batalha piorou quando o ponta Renato resolveu xingar o banco adversário. Ameaçando derrubar o alambrado, a torcida destruiu o banco gremista com pedras e até cadeiras, enquanto a polícia só assistia. Em campo, quatro argentinos foram expulsos e o Grêmio segurou o empate, calando 30 mil torcedores.

COLO COLO (CHI) 3 X 1 BOCA JUNIORS (ARG)

LOCAL - Santiago (Chile)

ANO - 1991

Para intimidar os argentinos, o Colo Colo conseguiu infiltrar no campo torcedores disfarçados de fotógrafos e cameramen. Depois do terceiro gol chileno, a torcida camuflada invadiu e a pancadaria rolou solta. Metade do time argentino precisou tomar pontos no vestiário e o goleiro Navarro Montoya foi mordido por um cão da polícia. Pouco depois, o totó morreu - e ganhou uma lápide póstuma, numa homenagem dos torcedores chilenos...

GRÊMIO (BRA) 5 X 0 PALMEIRAS (BRA)

LOCAL - Porto Alegre (Brasil)

ANO - 1995

Esse é um clássico da pancadaria nacional. Aos 12 minutos, o palmeirense Rivaldo levou o primeiro vermelho da partida. Pouco depois, o meia Válber respondeu com um soco à cabeçada do gremista Dinho. Expulsos, os dois saíram na mão fora do campo. No meio da briga, o goleiro tricolor Danrlei agrediu pelas costas o alviverde Válber. O empurra-empurra se generalizou e a confusão só acabou com a entrada da polícia.

SÃO CAETANO (BRA) 1 X 1 AMÉRICA (MEX)

LOCAL - Cidade do México (México)

ANO - 2004

A briga campal começou no fim da partida. Enquanto os jogadores do São Caetano comemoravam o resultado que levava o time às quartas-de-final, um gandula esquentado agrediu o goleiro Silvio Luiz, que revidou. O tempo fechou depois que a torcida invadiu o campo duas vezes seguidas. Para evitar um massacre, os boleiros do Azulão fugiram para os vestiários. A batalha terminou com sete torcedores presos e dez feridos.

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