sábado, 9 de janeiro de 2010

Amistoso Internacional - São José/POA vs Cerro Porteño/PAR

Agora a pouco estive presente em um jogo no mínimo curioso, que aconteceu em Porto Alegre. O Cerro Porteño, time tradicional do Paraguai, está em excursão ao Rio Grande do Sul, fazendo amistosos preparatórios para a Libertadores da América, competição na qual está no mesmo grupo do Corinthians. Pessoalmente, não vejo muito sentido em um time da grandeza [?] do Cerro, vir jogar contra adversários de menor tradição do RS, mas, cada qual com suas idéias.
Bom, vamos aos fatos. Fui ao Passo d'Areia, e me dispuz a pagar 10 pilas por uma cadeira nas sociais do estádio do "mais simpático", com 2 intuitos: 1) analisar o rival corintiano na Libertadores da América; 2) conhecer o tal Irrazábal, que foi cotado para ocupar a lateral-direita do Grêmio nessa temporada 2010. Aqui tranquilizo os torcedores do Corinthians. Se o Cerro mal conseguiu assustar o razoável São José de Porto Alegre, que dirá os times do grupo 1 da Libertadores '10... Claro, tem suas qualidades, mas, nem de longe é favorito ao título. E quanto ao lateral-direito, ele atuou o primeiro tempo, somente, mas já teve destaque suficiente para merecer nota especial aqui. Ele tem características de apoio muito boas, drible fácil, bom cruzamento, mostrando isto na partida de hoje. O seu problema é a rodovia que por vezes ele deixava, e uma das melhores chances do São José no tempo em que os titulares estiveram em campo, foi numa volta de Irrazábal que não aconteceu. Para jogar no 3-5-2, é um excelente reforço. Porém, no mercado brasileiro deve haver melhores jogadores, e, principalmente, mais baratos.


Irrazábal confidencia ao repórter da Rádio Gaúcha que irá jantar com seus companheiros no Restaurante Fragata, e depois todos irão procurar diversão barata na capital gaúcha.

Sobre o time do Cerro: joga no 4-4-2, com 2 volantes de boa qualidade, Brítez, que marcou um golaço de voleio, e o argentino Villarreal, e dois armadores de boa técnica, e qualidade no passe, Julio dos Santos, ex-Grêmio e Bayern de Munique, e Nuñez, homem das bolas paradas do time paraguaio. A zaga não é muito boa na bola aérea, e não costuma chegar muito firme. Os zagueiros Torrén e Benítez apresentam algumas dificuldades. O primeiro não tem boa estatura, parece ter menos de 1,80, e o outro é simplesmente fraco nas atividades defensivas. Em compensação, os dois laterais são muitos bons. Do Irrazábal, já comentei, mas Cristaldo é um meia adaptado naquela posição, e é muito técnico, com boa chegada ao ataque. O goleiro Diego Barreto é bastante conhecido, inclusive com passagens pela seleção paraguaia, e tem boa qualidade. A dupla de ataque tem um garoto, e um veterano. O veterano em questão é o conhecido da torcida flamengista, Cesar "El Tigre" Ramírez, que mostra bastante vontade, que sempre foi sua principal característica. O garoto é Ramón Cardozo, grandalhão, com bom posicionamento, foi um dos jogadores do Cerro que mais me surpreendeu, até por ser um ilustre desconhecido. Marcou o segundo gol. Na segunda etapa, o Pedro Troglio trocou todo o time. Destaque para os argentinos Medrán, goleiro ex-Boca Juniors, e Nanni, centroavante ex-Vélez Sarsfield. Digno González também deu trabalho, fazendo o gol da vitória paraguaia.


Julio dos Santos sai no intervalo chorando emocionado pelo grande resultado. A vitória por 0-2 não era esperada nem pelos jogadores, nem pelo técnico Pedro Troglio.

O São José chegou a empatar com gols de Jeferson, batendo pênalti, e Xavier, em rebote dentro da área. Mas, a melhor qualidade e maior experiência paraguaia prevaleceram, e a vitória ficou com quem se preparava para o campeonato mais importante. E, para uma preparação para o Gauchão, o São José se mostrou forte. Tem jogadores de qualidade, como o canhoto Jeferson, e o volante Dadá, de boa atuação. Um atacante viria a calhar, pois Rangel não é muito confiável, a ponto de eu dizer, lá pelas tantas, que "do 9 não sai nada, é bola morta". E o lateral-esquerdo Juca saiu muito criticado no final do primeiro tempo, mas fez boa segunda etapa, no período em que esteve em campo. Reitero: para o Gauchão, o time do Argel está bem, pode incomodar, chegando nos mata-matas dos 2 turnos. Ah, lembro aqui do goleiro Rafael, ex-Pelotas e Ulbra, que ficou conhecido por se casar embaixo dos paus. Teve boa atuação, assim como o jovem zagueiro Wagner, que pertence ao Grêmio, e mostrou boa evolução, ainda que apenas na partida desta tarde.


Jogadores do Cerro na foto posada. O árbitro insistia em aparecer no meio dos paraguaios, inclusive dando cartões amarelos à esmo, e marcando infrações suspeitas.

No mais, aguardemos mais jogos de São José e Cerro Porteño, para ver como será o desenvolvimento das equipes. Foi uma ótima partida, ainda mais sendo um amistoso, bastante disputado, e com os times jogando para valer, mesmo não valendo nada o jogo.

SÃO JOSÉ/POA 2
Rafael; Diego Bottin (Douglas), Wagner, Gustavo e Juca (Guilherme); Jonas, Dadá (Beá), Jeferson e Humberto (Cauê); Rafael Xavier e Rangel (Fábio Luiz). Técnico: Argel.

CERRO PORTEÑO 3
Diego Barreto (Ezequiel Medran); Julio Cesar Irrazabal (Luis Cácerez), Cesar Benitez (Raul Román), Miguel Torren (Fidel Perez) e Ernesto Cristaldo (David Mendoza); Jorge Daniel Nuñez (Iván González), Javier Villarreal (Iván Piris), Jorge Brítez (Rodrigo Burgos) e Julio dos Santos (Alberto Martinez); Ramón Cardozo (Roberto Nanni) e Cesar Ramirez (Digno González). Técnico: Pedro Troglio.

Gols: Jeferson, aos 52' e Rafael Xavier, aos 62', para o São José/POA; Brítez, aos 13', Cardozo, aos 18' e Digno González, aos 72', para o Cerro Porteño.
Árbitro: Paulo Ricardo dos Santos (CBF/RS).
Local: Estádio Passo d'Areia, em Porto Alegre.

Mais fotos, ali abaixo:


Argel gritando alguma coisa ao pé do ouvido do auxiliar, claramente mal posicionado em frente à área de atuação do treinador do Zequinha.



"Os brutos também amam", e os pequenos também tem barra. Em tamanho proporcional a importância do jogo, óbvio.


E, mais abaixo ainda, ouça os gols da partida, créditos da Rádio Gaúcha:

Premier League 2009/10 - 20ª rodada - Arsenal vs Everton

Voltamos com atualizações do "É só Fazer!", com uma nova proposta: a seção "O Jogo", que sera predominante nesse espaço, estreia com um belíssimo jogo da Liga Inglesa de Futebol. No Emirates Stadium, Arsenal e Everton duelavam embaixo de muita neve e muito frio. Com o desfalque de seu principal jogador, Cesc Fabregas, o Arsenal se ressentiu de uma peça mais criativa no setor de armação. Arshavin, que deveria assumir essa responsabilidade, simplesmente se escondeu na partida de hoje. Os azuis de Liverpool começaram dominando o jogo, tendo 2 boas chances de gol com o francês Louis Saha, que marcou, em impedimento, e desperdiçou ótima chance, cara-a-cara com Almunia, chutando para cima. Porém, aos 12 minutos, não teve choro, em cobrança de escanteio do estreante Landon Donovan, Leon Osman cabeceou firme, vencendo a marcação de Gallas, e não dando chance para Almunia, nem para Denílson, que tentou tirar de cabeça, mas botou para o fundo do gol. A partir daí, os Gunners acordaram para a partida, e foram para cima do Everton, que tentava manter a posse de bola, sem sucesso. Por sua vez, o Arsenal tentava muitos cruzamentos para a área, mas, com Eduardo da Silva dentro da área, a chance de um gol de cabeça fica muito reduzida. Ramsey não se mostrava um bom substituto para Fabregas, e Nasri e Arshavin não se encontravam no meio-campo. Porém, a sorte resolveu brilhar para os donos da casa. Após jogada confusa na entrada da área do Everton, a bola foi ajeitada para Denílson. Ele bateu mal, mas ela curiosamente desviou no autor do gol do time de Liverpool, Osman, e matou Tim Howard. Eram 27 da primeira etapa. Na segunda etapa, o Everton tratou de se fechar, e esperar o Arsenal, para tentar os contra-ataques. E funcionou: aos 35 da etapa final, depois de uma pressão insossa do Arsenal durante todo o segundo tempo, Cahill encaixou um lançamento brilhante para Pienaar. O sul-africano dominou a bola na intermediária, sem marcação, correu sozinho mais de 40 metros, e tocou por cobertura, na saída de Almunia. No final, quando a vitória do Everton parecia assegurada, Neill falha depois do bate e rebate, e Rosicky, voltando de lesão, empata o jogo. O Everton se mantinha na 11ª posição, com 23 pontos, e o Arsenal mantinha o tabu de 14 anos sem perder para o rival jogando como mandante. O Arsenal perdeu a chance de encostar no líder Chelsea, e empacou na 3ª posição, com 52 pontos, em 20 partidas. Os Blues, tem 55 pontos, nos mesmos 20 jogos.

ARSENAL
1- Almunia; 3- Sagna, 10- Gallas, 5- Vermaelen e 30- Traoré; 15- Denílson (32- Fran Mérida, 84'), 2- Diaby, 16- Ramsey (7- Rosicky, 64'), 8- Nasri e 23- Arshavin; 9- Eduardo da Silva (12- Vela, 74'). Técnico: Arséne Wenger.

EVERTON
24- Howard; 18- Phil Neville, 23- Neill, 5- Heitinga e 3- Baines; 21- Osman, 17- Cahill, 25- Fellaini e 20- Pienaar; 9- Donovan (7- Bilyaletdinov, 68') e 8- Saha (14- Vaughan, 74'). Técnico: David Moyes.

(mais tarde, atualização com a complementação da ficha técnica)